domingo, 6 de setembro de 2009

Voltamos à minha infância!

E com o resultado de ontem Portugal só com um verdadeiro milagre se apurará para o próximo Mundial. Tal como acontecia quando eu era miúdo haverá agora uma máquina calculadora até ao último jogo para ver se Portugal apurará e depois no Mundial é colocar alguma selecção como favorita. Já sei que a maioria irá apoiar a selecção brasileira porque é o país irmão. Eu curiosamente em puto gostava da Alemanha, e para o ano irei torcer pelo Japão que sei que não deverá ir muito longe (apesar do seu seleccionador falar que o objectivo da selecção deles é de chegar às meias-finais!!! Sim ouviram bem, querem chegar às meias-finais.). Agora há muitas teorias, de qual o problema, como a descaracterização da selecção e que o Queiroz é mau, etc. (e são dois factos que não estão também errados: esta selecção não é a de Portugal, é de um conjunto de jogadores que jogam/jogaram no nosso campeonato e Queiroz sempre foi um bluff, bom em termos teóricos, mas sem pulso e cabeça para segurar jogadores já feitos). Mas quanto a mim o principal problema é outro: a chamada "geração de ouro" acabou e Portugal não foi capaz de encontrar sucessores. É verdade que segundo a imprensa temos grandes jogadores, mas isso não é a realidade: temos alguns jogadores com qualidade é um facto, mas muitos deles são invenção da nossa imprensa. Como resultado a nossa selecção é um conjunto de jogadores mimados e pouco humildes (e por isso Cristiano Ronaldo até é um bom capitão, pelo menos para esta selecção, não para uma selecção a sério) que pensa mais em si próprio do que no bem duma equipa. O problema não é/foi assim a mudança de selecionador (quanto a mim Scolari não é assim tão superior a Queiroz, apenas sabe motivar melhor os seus jogadores, em termos tácticos é até mais fraco que Queiroz): já na qualificação para o último Europeu Portugal teve bastantes dificuldades em se apurar e o grupo aparentava também ser bastante acessível (aliás mais acessível que este). Prevejo aliás que Portugal volte ao seu passado, ou seja as grandes competições passarão a ser de novo raras, já que o cerne da questão se mantém: Portugal deixou de ter selecções jovens fortes, mas com a imprensa a fazer muitos dos jovens que aparecem "grandes jogadores" quando eles ainda não provaram nada realmente. Para último ponto é irónico que tenha sido Queiroz, a imagem dos sucessos jovens que acabe por ser também ele a imagem do novo (ou será melhor dizer "velho") futebol português. 

2 comentários:

  1. É...tá dificiu.
    Acho que o problema disto tudo é em parte o ambiente que se vive ao redor da selecção, cuja Direcção já devia ter saído há muito tempo, por mim desde o Mundial da Coreia/Japão.
    Tambem o facto de como referes este ser um periodo de transição geracional e principalmente de não haver um rumo definido do que o que se quer da Selecção para alem dos apuramentos.
    Isto fez com que se optasse pela via errada das naturalizações,e embora eu não seja de todo contra esta opção, a forma como ela foi e é introduzida na selecção não é a melhor. Veja-se o caso de Espanha, que já tem naturalizados há bastante tempo, sendo a sua utilização consensual já que o seu numero e a sua qualidade não oferecem grandes contestações. Bem já agora o facto de o hino não ter letra deve ajudar um pouco.:)))

    A solução tecnica tambem não foi a melhor, pois o Queiroz é mais um planificador cujos frutos se podem ver a medio-longo prazo, do que um treinador de tarefa.
    O endeusamento dos jogadores poderá ser outra questão e aí a imprensa definitivamente não ajuda...enfim é um grande novelo.
    É preciso refrescar não só a selecção mas o futebol português, que em termos competitivos e na sua Liga principal é cada vez mais uma luta pelo título a três (ou dois)e nada mais.
    No fundo a selecção é o espelho (embora de modo involuntario) disso mesmo.
    O não apuramento para o Mundial poderá ser uma "desgraça" que obrigue a uma mudança do futebol português. FPF, LIGA, TRansmissões TV, Arbitragemn, etc...e se assim for, por mim , até acho benéfico.

    ResponderEliminar
  2. Não vejo as coisas com tanto optimismo: a maioria dos dirigentes estão agarrados ao poder e preferem que se mantenham as coisas como estão, e por isso será muito difícil haver qualquer tipo de mudança.

    ResponderEliminar