terça-feira, 15 de setembro de 2009

Acabou a temporada de Verão. O ténis vai agora passar para os pavilhões





Acabou ontem o Open dos Estados Unidos em ténis, com muitas peripécias pelo meio. Começemos pelos portugueses: nos homens Frederico Gil não conseguiu passar da primeira ronda apesar de à primeira vista até ter um sorteio mais favorável do que anteriormente. Quanto a Rui Machado apesar de ter sido eliminado na fase de qualificação acabou por ter tido a sorte da desistência de Mardy Fish que lhe fez entrar para o quadro principal. Contudo também não conseguiu passar da primeira ronda. Michelle Brito fez o que era expectável - passou a primeira-ronda, mas na segunda apanhou a chinesa Na Li que nesta altura é ainda muito forte para a portuguesa.
Quanto à parte feminina do torneio as surpresas foram mais que muitas principalmente na parte superior do

 quadro com as principais cabeças-de-série a serem logo eliminadas na 1ª semana. Nesta parte quem sobressaiu foi a jovem norte-americana Melanie Oudin de apenas 17 anos que ía eliminando todas as russas que ía apanhando. Será que o ténis feminino norte-americano tem finalmente mais alguém para além das manas Williams? Para já foi reconfortante ver de novo alguém pequenino no ténis feminino a variar um pouco o seu jogo (Oudin diz que idolatrava Justine Henin e de facto o seu jogo faz lembrar um pouco a pequenita belga. Num torneio onde voltou a outra belga é no mínimo curioso que quem tenha feito um bom torneio é alguém que parece a sua velha rival.) Quem aproveitou daquele lado o quadro acabou por ser a dinamarquesa Wozniacki que acabou por assim chegar à final. Wozniacki tem sido das tenistas mais constantes este ano apesar dos seus ainda 19 anos e parece aguentar bem a pressão(basta ver a forma como aguentou o jogo com a russa Kuznetsova, depois de ter levado uma verdadeira lição no 1º set acabou por ganhar os outros dois em tie-breaks aproveitando os cada vez mais erros da sua adversária). No outro lado do quadro Kim Clijsters ía eliminando com maior ou menor dificuldade as suas adversárias. Na meia-final acabou por ganhar a Serena Williams naquilo que se pensou ser a final antecipada ganhou em apenas dois sets num jogo que acabou muito mal, devido à péssima reacção da norte-americana perante uma falta de pé que lhe foi marcada. Clijsters acabou por ganhar também na final indo assim em 14 vitória consecutivas (relembremos que não defendeu o título após ganhar já que no ano a seguir à sua vitória não o defendera devido a uma lesão e depois acabara por deixar o ténis). Foi assim um regresso de sonho de Clijsters que no seu 3º torneio após o regresso acabou por o ganhar mostrando por um lado que regressou em grande forma, mas por outro que o ténis feminino tem estado bastante equilibrado com pouca evolução nos últimos tempos (desde o abandono de Henin que não há uma grande jogadora. Parece haver uma "paz podre": a nº 1 do mundo perde nas grandes competições por um lado não demonstrando onde verdeiramente interessa que é a melhor ; a melhor jogadora da actualidade por outro só se motiva para essas mesmas grandes competições, tendo assim muitas dificuldades em chegar à 1ª posição do ranking).

Quanto à parte masculina pelo sexto ano consecutivo Federer chegou à final, mas com um sexto adversário consecutivo. Esperava-se muito de Murray, mas este acabou por sucumbir na 4ª ronda perante Marin Cilic um jovem croata de quem se espera muito. Nadal apesar de se notar não estar nas melhores condições (desta vez problemas abdominais) acabou por chegar às meias-finais, mas aí foi verdadeiramente cilindrado pelo argentino Juan Martin Del Potro que já tinha ameaçado uma final dum Grand Slam este ano em Roland Garros, conseguindo-a aqui. Quanto à final foi muito bem disputada e com muita emoção: Roger Federer entrou super-forte onde tudo lhe saía bem e aproveitando algum nervosismo normal do argentino. Contudo depois de fazer um break no principio do 2º set acabou por, através de alguma displicência e sobranceria, não conseguir fechá-lo. A partir daí o jogo passou a pertencer ao argentino (mesmo o 3º set foi mais perdido por Del Potro que ganho por Federer que também até tinha quebrado primeiro o serviço ao segundo). Del Potro ganhou os tie-breaks do 2º e 4º set e depois dominou o quinto set quando se esperava que pudesse ter mais cansaço como acontecera na meia-final este ano em França perante o mesmo adversário. Vai-se ter agora muita atenção ao argentino que tem apenas muito para evoluir (mas tem uma direita do outro mundo). Será que vai ser como Djokovic e Murray que se esperava entrarem na luta pelo 1º lugar com Nadal e Federer depois das finais no mesmo torneio nos dois anos anteriores ou será que é este argentino que irá tirar a hegemonia aos dois grandes rivais. Realce no torneio também para a chuva que chegou tarde ao torneio, mas parecia não o querer abandonara, fazendo mesmo com que este acabasse um dia mais tarde do que o previsto. Realce também para a forma vergonhosa na entrega de prémios como não queriam deixar o argentino falar em castelhano devido "às tempo que já era pouco para as televisões". Por último fica um dos provavelmente melhores melhores pontos em Grand Slams, que Federer concretizou na meia-final perante Djokovic num jogo bastante bem jogado entre os dois, mas onde o suiço esteve sempre um passo à frente em relação ao sérvio.

1 comentário:

  1. Viva Hattori, não resisti a vir aqui dizer-te que a tua análise é como sempre muito fidedigna.
    Foi um grande torneio, embora a organização não fosse a melhor, é incompreensivel que um torneio como o USOpen (assim como outros) ainda não tenha cobertura.No aspecto desportivo foi melhor já que ganharam dois não favoritos.
    Quem não deve estar muito satisfeito é o Murray, já que vê todos os novos contendores ganharem um GSlam e ele a ficar para tras como o sempre eterno "big next thing".

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