quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Yes, Man

Senão fosse a Naval ter despedido Ulisses Morais antes, teria ganho a aposta de qual seria a primeira chicotada psicológica desta época, lembram-se?
Verdade é que não foi algo inesperado vê-lo sair, mas como é mais difícil ser treinador num banco do que ser uma espécie de entendido da matéria que lançava as suas "postas de pescada" num programa de amigos, que no fundo muito se falava mas muito pouco se acertava (menos nas figuras geométricas, que aquela malta o que gosta é de geometria), custou ao próprio aceitar e resumir-se à sua insignificância de que não passa de um mero "yes-man" (Adjunto de Jesus, Adjunto de M. José, Adjunto de J. Ferreira) .
Esta Terça-Feira, Carlos Azenha, decidiu dar algumas luzes do "porquê?" (como se fosse necessário explicar...) da sua saída do comando técnico do Vitória de Setúbal. A culpa não advém dos métodos, das dispensas sem sentido (que o próprio aponta à direcção) ou dos X jogadores que formam ou chegaram a formar (à experiência pois claro) o plantel 2009/2010 dos Sadinos. É verdade que ele avisou que "seria o Ano 0 do V. Setúbal" mas também rematou que a equipa que "subiria ao relvado", com o objectivo principal da "permanência na Liga", iria "dignificar a camisola". Algo que os 8-1 na Luz deitou abaixo.
É precisamente esse resultado que deitou tudo a perder num projecto que tinha tudo para vingar, segundo o próprio Carlos Azenha (ou "Azelha" se perguntarem a alguns adeptos do Setúbal).

Mas se pensarmos, que Carlos Azenha tem a vida difícil, pior não estará que um certo professor com uma carreira invejável, em que os seus grandes troféus (a excepção de um ou outro) foi conseguido como sendo um "Yes Man". Porventura, também de nome Carlos este senhor, começa a ver que o sonho que tentou vender ao assumir o comando técnico da selecção nacional (substituído um comercial que já não tinha mais nada para vender da CGD) está cada vez mais distante. Não é impossível, mas muito pouco provável que se obtenha o passaporte para Africa do Sul. Mas, que sejam feitos alguns reparos, porque a culpa no caso da selecção não morre solteira.
Mas mais saber quando Carlos Queiroz pode voltar a ser novamente um "Yes Man", segundo alguns ecos (tipicamente) britânicos, mas quem será o senhor que se segue na cadeira da selecção. Muito sinceramente só vejo dois treinadores lusos com pulso para pegar num lote de 20-25 jogadores e arranjar um equipa. A questão, por ventura, é que nenhum dos visados é suficientemente "burro" para se meter neste barco.
É óbvio que falo de Manuel José e José Mourinho. Ambos tem um currículo que fala por si, bem como tem uma ideia clara daquilo que querem e do que é necessário fazer para obter (mesmo que implique colocar um certo "menino" no seu sitio). Mas, como cá em Portugal, não se faz pela competência mas pela vontade de alguns. Só isso serve para explicar o "porquê"de se despedir o seleccionador que fez uma das melhores campanhas nos últimos tempos num Europeu (Humberto Coelho) para colocar António Oliveira (como se a primeira vez não tivesse servido de aviso). Claro que para as mentes iluminadas da FPF, a escolha vai recair num outro Professor, com (o costume de ter) bigode.

Previsão: Jesualdo Ferreira assume a selecção nacional sénior, após Queirós falhar o Mundial de 2010 (ou fazer de António Oliveira no Mundial de 2006). É óbvio que Jesualdo não será despedido do FCP, ele apenas irá aceitar um convite irrecusável da FPF que coincidirá com o desejo do FCP de mudar de ares (especialmente se Jesualdo não obter o "penta"). Cabe a Domingos ou Jorge Costa assumir o comando azul e branco (sendo que Domingos tem uma certa vantagem). E Azenha? Bem, há sempre lugar para um Yes-man no banco do FCP.

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