domingo, 5 de julho de 2009

Wimbledon 2009 - Breve sumário


Acabou hoje a edição 2009 de Wimbledon, um torneio onde mais uma vez se fez História mas onde infelizmente acabaram por ganhar os "suspeitos" do costume. Quanto aos portugueses não estiveram mal, embora não tivessem o mesmo sucesso do que no Grand Slam anterior. Frederico Gil perdeu na primeira-ronda, mas deu luta a Mathieu um francês teóricamente superior e com muito mais experiência nestas provas. Neuza Silva entrou pela primeira vez num Grand Slam, mas calhou-lhe Serena Williams que foi "apenas" a futura campeã. Neuza poderá mesmo assim estar orgulhosa, uma vez que o segundo set embora perdido por ela foi dos mais dificeis no torneio para Serena que só acabou por perder um set. Quanto a Michelle Brito passou na primeira-ronda como era expectável mas acabou por perder em 2 tie-breaks com a italiana Francesca Schiavone, que apesar de se poder dizer que está já na fase descendente da sua carreira acabou por ser a surpresa do torneio ao chegar aos quartos-de-final. Resultados portanto normais, sem surpresas mas também sem serem negativos em relação ao que se esperava. De resto na parte feminina a final acabou por ser entre quem se esperava tendo em conta como tinha calhado o sorteio, embora acabasse por ganhar se calhar a menos favorita das irmãs neste tipo de piso. Pode-se dizer mesmo que a verdadeira final do torneio, não desmerecendo o valor de Venus acabou por ser a meia-final entre ela e Dementieva, que fez o jogo da sua vida em relva e que teve mesmo um match-point para o ganhar, com esta meia-final a ter sido a mais longa de sempre da era Open. Duas notas negativas ainda, a primeira para Safina, que embora tenha tido a melhor participação no torneio acabou por ser humilhada nas meias-finais (6-1;6-0 é um resultado demasiado mau para uma nº 1 do mundo), embora esteja melhor a nivel mental continua a fraquejar nos principais momentos; a outra é ligada a isto: como é possível uma atleta ganhar 3 dos últimos quatro principais torneios de ténis e mesmo assim não ser nº1 do mundo. É verdade que existiram também os Jogos Olímpicos, onde Safina chegou à final (e para variar perdeu) e Serena não foi tão longe, retirando os pontos este ano desse torneio deverá dar para Serena recuperar a posição, mas mesmo assim é no mínimo estranho.
Pelo contrário no lado masculino não correu tudo como se esperava. Tal como eu tinha previsto Nadal muito dificilmente renovaria o título, acabou por nem aparecer no Torneio devido ao seu problema com os tornozelos que já tem há algum tempo. A partir daí esperava-se (principalmente da parte dos ingleses) duma final entre Federer e Murray com o público a ter verdaeiras esperanças de finalmente ganhar de novo um britânico nas relvas inglesas. Contudo nem tudo aconteceu como se previa, Murray acabou por perder com Roddick nas meias-finais, quase que abrindo a passadeira para o suiço ter entrado definitivamente na História do ténis mundial, ganhando o seu 15º Grand Slam e tornando-se no jogador com mais torneios deste tipo de sempre (tendo 28 anos deverá ainda aumentar o seu pecúlio e falta-lhe agora apenas uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos a solo e uma vitória na Taça Davis, que contudo não me parece que consiga). Federer aproveitou ainda as derrotas dos seus opositores teóricamente mais dificeis (além de Murray na final, nas meias-finais poderia ter apanhado com Djokovic, mas este perdera com Haas e nos quartos-de-final Verdasco que perdera com Karlovic). A final acabou por ser mais equilibrada do que se esperara, com Roddick a dar muita luta e perdendo no 5º set (que eu infelizmente não consegui ver) com o parcial de 16-14 (e só aqui é que Federer conseguiu quebrar pela 1ª vez no jogo o serviço do norte-americano !!!), tornando-se assim o set mais longo de sempre duma final. Se o suiço tem resultado impressionantes, na relva eles ainda são mais salientes: em 11 participações esta é a sua sexta vitória, e desde 2003 só perdeu na relva uma única vez que foi na final do ano passado de Wimbledon (é preciso ter em atenção que normalmente, com a excepção de este ano vai também a Halle onde o resultado é o mesmo); além disso em 7 meias-finais só perdeu o seu serviço por apenas 2 vezes. De notar que Roger Federer com o resultado recuperou a 1ª posição no ranking, aproveitando da melhor forma assim a ausência de Nadal. Realce por último para uma curiosidade neste torneio com o retorno das velhas-figuras do circuito: além de Schiavone, que chegou pela primeira vez aos quartos-de-final do torneio (nunca tinha passado da 2ª ronda) aos 29 anos, há também a final de Roddick, que embora tenha só 26 anos e não se podendo considerar velho já está também numa fase descendente da sua carreira (fala-se que o ano passado pensou mesmo acabar de competir), mais a meia-final de Haas aos 31 anos e os quartos-de-final de Hewitt e Ferrero, dois antigos nºs 1 do mundo, mas que este ano chegaram já a estar fora dos 100 primeiros do ranking. A partir de agora, e embora haja ainda alguns torneios em terra batida o ténis irá mudar de continente com os principais torneios a serem nos dificeis hardcourts da América do Norte, culminando com o Open dos Estados Unidos já no final de Agosto.

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